Esta ausência foi dura, exigente e faltou espaço mental para voltar a esta correspondência contigo.
Não tenho outras palavras para descrever o turbilhão desde a última vez que te escrevi.
Mas foi um mergulho profundo, em águas densas, com o ar retido por tempo indefinido mas (que até agora) posso afirmar que voltei à superficie incólume.
Os desafios mantiveram-se mas a aceleração de novas estratégias para conseguir conciliar a licença de maternidade e a manutenção de uma agenda mínima de trabalho, ou melhor, da criação de oportunidades de trabalho, foi completamente limitadora nestes últimos meses.
Mas não perdi criatividade e voltei aos livros.
É talvez a partilha mais significativa que te trago, voltei aos livros e não aos técnicos. Voltei à ficção e com ela sobrevivi a 4 meses de 2021, muito exigentes.
Nos últimos anos reparei que li sempre livros relacionados com a psicologia, o desenvolvimento pessoal, o empoderamento feminino, o empreendedorismo, o bem estar e cultura organizacional. E claro que aprendi imenso, coisas muito úteis para a minha área profissional.
Mas deixei de viajar com os livros.
E mais, deixei de sentir e de me emocionar com eles.
E o que mais precisava era viajar e libertar a minha imaginação e voltar-me a apaixonar por personagens, enredos e contextos singulares.
Como não consigo estar parada, lancei recentemente um projeto com a Patrícia Reis que visa estimular a leitura familiar e trazer o livro infantil para o pódio do recurso chave do nosso crescimento e o nosso guia para sentir e sonhar em família.
Para além de já subscrever o Clube de Leytura da Leya para a Lia quero passar este amor aos livros de forma persistente, criando contextos de proximidade e intimidade, porque na verdade são sempre os livros a chave para períodos confusos, exigentes ou de grande busca.
Espero que estejas bem.
Feliz, tranquila e com mais esperança num futuro próximo, cheio de abraços e muitos momentos de puro prazer e alegria.
Gostava também de saber o que andas a ler!
Que curadoria me sugeres para os próximos meses?
Até daqui a quinze!